



Bertha Lutz, Mae Jemison, Lélia Gonzalez, Marie Curie, Ada Lovelace e Katherine Johnson são alguns exemplos de como a figura feminina é importante e pode revolucionar o universo científico. Diante das notáveis contribuições das mulheres nas mais diversas áreas de pesquisa, a Organização das Nações Unidas (ONU), criou em 2016 o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado no último sábado, dia 11 de fevereiro.
A data marca a busca pelo enaltecimento da participação feminina no mundo científico e o incentivo à promoção da igualdade de gênero entre cientistas. De acordo com dados da ONU e da Unesco, as mulheres representam menos de 30% dos pesquisadores no mundo todo.
Neste cenário, o papel da escola em promover atividades que estimulem a curiosidade e a vontade de fazer pesquisa é fundamental. Desde 2016, o Projeto de Iniciação Científica (PIC) faz parte da matriz curricular do Jean Piaget. Além de participar da Mostra Científica do Colégio, no Ensino Médio, os grupos podem ser indicados a participar de importantes eventos científicos do Brasil e do mundo, como a Febrace-USP (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia). Os melhores trabalhos são convidados para o London International Youth Science Forum (Fórum Internacional Jovem de Ciências de Londres).
A professora de Química e orientadora do PIC, Mara Lúcia Zucheran, conta que o projeto é uma oportunidade de fomentar a paixão dos alunos pela pesquisa científica e pode trazer mudanças positivas para o futuro.
“É muito gratificante ver a evolução e o amadurecimento dos alunos ao longo do desenvolvimento da pesquisa. As meninas, em especial, ficam mais confiantes e seguras. É importante que elas saibam que podem ser brilhantes e, inspiradas em outras referências femininas, podem transformar gerações”, conta Zucheran.
O grupo de alunas formado por Angela Di Gianni, Gabriela Ono e Giovanna Tanniguchi é um exemplo das transformações que a ciência pode proporcionar. Em 2011, as estudantes do Ensino Médio participaram da 62ª Intel ISEF (International Science and Engineering Fair) — a maior feira pré-universitária do mundo, realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos. Sob orientação da professora Mara, o grupo desenvolveu um projeto de “Padronização de um sulfitômetro para rápida detecção de de sulfitas em pescados”. Além de integrar a equipe representante do Brasil no evento, o trabalho de pesquisa rendeu prêmios na Febrace, nas categorias “Criatividade” e “Área da Saúde”.
As mulheres cientistas do Brasil e do mundo enfrentam uma luta diária para terem os mesmos reconhecimento, valorização e direitos. Mas a missão vai além. A prática do ofício, seja em laboratórios ou bibliotecas, também rompem barreiras, contribuem em inovação e abrem caminhos para as meninas que sonham em viver da ciência.
Para a professora de Sociologia e orientadora do Projeto de Iniciação Científica do Ensino Médio, Samara Carvalho, atuar na área de pesquisa e ciência no Brasil é um ato de resistência. Os desafios chegam a ser maiores em áreas invisibilizadas, como as Ciências Humanas. “Assim como em outras esferas, a ciência é mais difícil para a mulher, porque precisamos provar todos os dias que somos competentes”, finaliza.