

Em média, onze mil e quarenta e cinco quilômetros separam Brasil e Canadá. O distante país norte-americano, de clima frio e belas paisagens, é o destino escolhido para a graduação de muitos brasileiros, dentre eles Isabella Gollücke e Lorenzo Puga. Os ex-alunos do Colégio Jean Piaget, formados no Ensino Médio em 2021, compartilharam como tem sido a experiência de estudar no exterior.
“É um momento muito enriquecedor. Desde o meu primeiro dia por aqui, sinto que estou vivendo coisas diferentes. Estudar no exterior sempre foi um sonho pra mim e viver isso é extremamente estimulante”, comenta Isabella, que cursa Design de Interiores na Wilson School of Design da Kwantlen Polytechnic University, em Vancouver.
O Canadá tem sido a escolha de muitos brasileiros que imigram para o exterior. De acordo com dados divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em 2020 os residentes em solo canadense representam a nona maior comunidade brasileira fora do território nacional, com cerca de 121 mil pessoas.
A residência permanente foi um dos motivos que fez Lorenzo optar pelo Canadá ao escolher a universidade e o país para a graduação. “Aqui eles possuem leis de imigração bem estabelecidas. Com o programa de estágio da faculdade, por exemplo, eu posso utilizar o tempo trabalhado para conseguir a permanência”, explica o estudante de Ciências da Computação na University of British Columbia.
Isabella e Lorenzo também se formaram no Jean Piaget High School, programa que permite a conquista do diploma do Ensino Médio brasileiro e americano em paralelo. Os estudantes contam que a experiência os preparou para os desafios da universidade. “O curso permite uma imersão total no inglês e me ajudou muito. Me senti preparada para lidar com situações diversas no idioma, desde o processo de aplicação até as aulas 100% em inglês, como já tínhamos na escola”, conta Isabella.
O High School também foi um diferencial no processo de admissão das universidades, focado nas atividades realizadas pelos alunos dentro e fora da sala de aula. “Ter dois diplomas de Ensino Médio no currículo demonstra que você dá conta de muitas demandas, consegue ser organizado e ter equilíbrio”, comenta Lorenzo. Para o aluno, o Colégio também foi importante por promover atividades de incentivo à pesquisa e à inovação. “Por meio do Projeto de Iniciação Científica, participei da Febrace e ganhei um prêmio na Sociedade de Honra de Matemática Americana, que tem reconhecimento internacional. Certamente, isso me abriu portas para ser admitido”, relembra Puga que, na época, desenvolveu uma pesquisa sobre tratamento de câncer aplicando metodologias de Matemática Computacional.
Estudar no exterior, além de representar novos desafios, descobertas e hábitos, é uma experiência que exige muito planejamento. Isabella e Lorenzo contam que o processo é longo e repleto de detalhes, como produção de texto demonstrando a personalidade e o resumo de atividades extracurriculares.
Para quem tem interesse em ingressar em instituições fora do Brasil, a dica da dupla é iniciar o processo o quanto antes e de forma organizada, para ter calma ao longo das etapas. “Ter tempo para pesquisar os cursos e as faculdades é essencial, especialmente pela quantidade de opções disponíveis. Pode parecer complexo e difícil, mas é enriquecedor e vale todo o esforço”, conta Isabella. “Invista em atividades que agregarão valor ao seu currículo, que demonstrem sua capacidade e dedicação. Escolha se você quer mostrar sua posição de liderança, sua capacidade de lidar com situações estressantes ou sua excelência em alguma área. Se isso estiver conectado à área que você está prestando, melhor ainda. Cerque-se de pessoas que te ajudarão nessa fase, isso faz toda a diferença”, finaliza Lorenzo.